Vanessa Ribeiro, 18, se orgulha de ser moradora do Conjunto Palmeiras. "É uma comunidade que sempre lutou mu...ito para evoluir, não ficou só esperando". A admiração pela história do lugar onde vive aumentou depois que a estudante participou de uma pesquisa sobre o bairro. Com um grupo de amigos, ela percorreu ruas, comércios, visitou escolas, conversou com antigos moradores e descobriu muitas histórias.
"Em 1973, quando as primeiras pessoas construíram casas de taipa cobertas com folhas de palmeira e era tudo lama, cheio de cobras, não havia nenhum meio de transporte. Só tinha um caminhão que buscava os trabalhadores. Quem perdesse a hora, faltava o trabalho. E para se divertir, tinha que ser lá mesmo", conta. Três anos depois, o Conjunto Palmeiras passou a ser atendido por um único ônibus. "Era uma lata velha. Hoje, tem ônibus para tudo que é lugar porque a comunidade batalhou", diz.
Além de Vanessa, outros 149 jovens investigaram os bairros onde moram, resgatando histórias, mapeando escolas, postos de saúde e oportunidades de trabalho. A atividade faz parte do projeto Adolescente Cidadão, da Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci) com jovens e adolescentes de dez bairros: Vila Cazumba, Jardim das Oliveiras, Praia de Iracema, Jangurussu, Conjunto Palmeiras, Lagamar, Parque São José, Ipaumirim, Antônio Bezerra e Planalto Pici.
"Quase tudo era novidade pra mim. Pensava que sempre tinha sido tudo desse jeitinho que é hoje", diz Hadyla Cunha, 16, do Antônio Bezerra. A apresentação dos diagnósticos elaborados pelos jovens foi feita ontem com encenações, cordel e muito rap. O grupo do Lagamar cantou a violência em rima. "A mãe de um parceiro me contou como foi a morte dele. Foi o que mais me marcou", disse Carlos Roberto de Sousa, 19, MC. O amigo foi esfaqueado numa partilha de roubo. Para Francisco das Chagas Lima, 21, o MC Charlata, a história das inundações em 1981 foram as mais impressionantes. "E você vê que até hoje chove e alaga tudo", reclama Armando Pereira, 21, morador do Lagamar.
Histórias tristes também foram ouvidas no Jangurussu. "Fiquei impressionada com a quantidade de crianças que morriam por causa do lixão", conta Darlene Monteiro, 16, que chegou a trabalhar no aterro. O relato dos moradores mais velhos virou cordel. "A maioria casqueava o lixo / Em busca do seu sustento / No aterro lutava até com bicho / E às vezes escapava fedendo / Da população eram os esquecidos / Mas continuavam vivendo", diz uma das estrofes.
Clézio de Oliveira, 17, morador do Grande Jangurussu, contou um pouco do que aprendeu durante a pesquisa. "Os moradores mais velhos dizem que o bairro melhorou. Na década de 90, eles ganharam umas 70 casas e o pessoal saiu da beira do rio. O difícil é entender que o lixo é a alegria do povo. É dele que eles tiram o sustento e como o aterro fechou, as pessoas reclamam".
Em todas as apresentações, os jovens abordaram o problema da violência. "Quando se fala em asfalto, escola, posto de saúde, água, esgoto, todo mundo diz que hoje nem se compara com antigamente, mas eles reclamam muito da violência. Antigamente, o pessoal nem trancava a porta, hoje é assalto direto", diz Vanessa, do Conjunto Palmeiras
www.jangurussudigital.xpg.uol.com.br
Além de Vanessa, outros 149 jovens investigaram os bairros onde moram, resgatando histórias, mapeando escolas, postos de saúde e oportunidades de trabalho. A atividade faz parte do projeto Adolescente Cidadão, da Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci) com jovens e adolescentes de dez bairros: Vila Cazumba, Jardim das Oliveiras, Praia de Iracema, Jangurussu, Conjunto Palmeiras, Lagamar, Parque São José, Ipaumirim, Antônio Bezerra e Planalto Pici.
"Quase tudo era novidade pra mim. Pensava que sempre tinha sido tudo desse jeitinho que é hoje", diz Hadyla Cunha, 16, do Antônio Bezerra. A apresentação dos diagnósticos elaborados pelos jovens foi feita ontem com encenações, cordel e muito rap. O grupo do Lagamar cantou a violência em rima. "A mãe de um parceiro me contou como foi a morte dele. Foi o que mais me marcou", disse Carlos Roberto de Sousa, 19, MC. O amigo foi esfaqueado numa partilha de roubo. Para Francisco das Chagas Lima, 21, o MC Charlata, a história das inundações em 1981 foram as mais impressionantes. "E você vê que até hoje chove e alaga tudo", reclama Armando Pereira, 21, morador do Lagamar.
Histórias tristes também foram ouvidas no Jangurussu. "Fiquei impressionada com a quantidade de crianças que morriam por causa do lixão", conta Darlene Monteiro, 16, que chegou a trabalhar no aterro. O relato dos moradores mais velhos virou cordel. "A maioria casqueava o lixo / Em busca do seu sustento / No aterro lutava até com bicho / E às vezes escapava fedendo / Da população eram os esquecidos / Mas continuavam vivendo", diz uma das estrofes.
Clézio de Oliveira, 17, morador do Grande Jangurussu, contou um pouco do que aprendeu durante a pesquisa. "Os moradores mais velhos dizem que o bairro melhorou. Na década de 90, eles ganharam umas 70 casas e o pessoal saiu da beira do rio. O difícil é entender que o lixo é a alegria do povo. É dele que eles tiram o sustento e como o aterro fechou, as pessoas reclamam".
Em todas as apresentações, os jovens abordaram o problema da violência. "Quando se fala em asfalto, escola, posto de saúde, água, esgoto, todo mundo diz que hoje nem se compara com antigamente, mas eles reclamam muito da violência. Antigamente, o pessoal nem trancava a porta, hoje é assalto direto", diz Vanessa, do Conjunto Palmeiras
www.jangurussudigital.xpg.uol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário